terça-feira, 26 de abril de 2011

QUEM PRECISA DE UM FOTÓGRAFO?

Seria prepotência responder que todos precisam de um fotógrafo profissional, mas a verdade é que até os fotógrafos precisam dos colegas, seja para aprender (pelo erro ou acerto), para desenvolver princípios ou até mesmo para contratação. Em geral as pessoas pensam em fotógrafos para registrar cerimônias tradicionais: aniversários de 15 anos, formaturas, noivados, casamentos, e esquecem a importância desse profissional em diversas outras categorias. Partindo do princípio de um momento extremamente visual, muitas áreas necessitam obrigatoriamente de um trabalho rigoroso.

A fotografia pode ser o fator decisivo durante o processo de aquisição, capaz de evidenciar o que é necessário, com qualidade e conceito. Se ninguém ver: não existe, se for ruim: descaracteriza, denigre, se for bom: agrada, motiva. Há uma vastidão de corporações que não sabem quais são os benefícios de imagens feitas por profissionais. Trabalho bem feito é um investimento, atribui maior destaque, principalmente se estiver vinculado a outras ferramentas comunicacionais.

Em boa parte dos casos o cliente é motivado por concorrentes ou algum prestador de serviços (agências, fornecedores, criadores de sites, etc.), e não exclusivamente por vontade própria. Muitos precisam ilustrar alguma campanha ou até mesmo um catálogo e resolvem cogitar quanto custa uma produção “profissional”. Esse é o ponto, muitas empresas ainda não identificaram a necessidade de se expor profissionalmente, e não compreendem o quanto colaboraria com o fluxo de vendas ou prospecção.

Alguns pontos devem receber atenção especial:

Necessidades

Coletar dados é importante para poder expressar efetivamente a proposta do trabalho. O que deve ser aproveitado, o que ocultar, realçar, transmitir.

Valores e concorrentes

Factualmente quase todo cliente veste a blindagem do “é caro”, afinal, ele deve ter uma câmera digital, então banaliza a atividade e cita que qualquer um pode fazer isso com um valor que não cobriria nem os principais custos. Tenha o preço sempre definido, assim como as vantagens em relação aos concorrentes – qualquer um com uma câmera – e a importância da produção compatível, pós-produção e entrega. E os bancos de imagens gratuitos? São utilizados como quebra-galho, e considerados concorrentes em potencial, mas não passam de uma solução rápida e provisória. Esse tipo de fotografia já está saturado na mente do espectador, não vende produto ou serviço, costuma ser mesmo um apoio ilustrativo com pouca força de expressão. Além disso, grande parte desses acervos disponibilizam imagens para uso não comercial.

Argumentação

É indispensável ter concisão na hora de induzir o cliente a aceitar a sessão de fotos. Alguns pontos que devem ser avaliados e citados:

  • qualidade;
  • destaque em relação ao concorrente;
  • exemplos de empresas bem sucedidas com apelo à imagem;
  • coerência com o desenvolvimento conceitual da empresa/marca/produto;

Prazo e contrato

Não deixe de citar os prazos, e negociá-los previamente, seja na reunião ou até mesmo no orçamento. No contrato deve haver tudo que foi concordado durante os contatos, é a garantia para o cliente e para o prestador de serviço, é uma forma de assegurar a validade de tudo que foi combinado. Nesse ponto a resistência de alguns clientes é substanciosa, por conta da falta de hábito de atribuir a fotografia à formalidade de prazos e termos. Seja rígido para não ter nem causar problemas. Contrato tem que ser obrigatório. Uma forma de encontrar um profissional é por indicação. Para fazer parte da lista deve existir uma conexão com representantes do mercado em interesse. Outro meio é a internet, já parece uma tarefa fácil se jogar nesse mar de informações, mas ao digitar no Googlefotógrafo São Paulo” há aproximadamente 23.400.000 resultados em 0,15 segundos. Refinar a busca também gera inúmeras páginas, mas se destacam os que investem em instrumentos digitais para aprimorar a relevância do que está sendo oferecido. Independente da maneira utilizada lembre-se sempre de expor o portfólio harmonicamente, categorize, facilite a navegação, favoreça as buscas, apresente o estúdio, os métodos e os clientes. O que faz? Foto publicitária? Still de joia? Foto de fachada? Fotojornalismo? Quem faz tudo raramente tem um trabalho satisfatório em todas as áreas, a escolha deve ser determinada e traçada coerentemente na apresentação.

Vale salientar que imagens tem o poder de vincular beleza, vender ideias, ressaltar propósitos, mas também tem estruturalmente a mesma força para destruir tudo isso, então como reprodutor desse serviço, seja responsável, aceite o desafio se estiver apto. Não é a sua área? Indique um profissional experiente e confiável.

A fotografia em conjunto com outros métodos de marketing e promoção é uma eficiente vendedora, cria o elo memorável entre o que está exposto e a ideia principal. Inclusive agora com a internet: compras virtuais, produtos reais, conceitos fundamentais. Nada melhor do que uma imagem fiel para representar adequadamente tudo que está contido em cada item. Como complemento, leia o artigo de Armando Vernaglia Jr., que relaciona 5 razões para investir em fotografias de alta qualidade.

Esta geração pode ser tecnologicamente autossuficiente, mas fotograficamente ainda não é. Qualquer um pode ter uma câmera, e todos esses são capazes de fotografar, mas estudo, técnica, aptidão, experiência, visão, feeling, etc., é um combo de sinônimos que não estão contidos no disparador, e cabe aos profissionais se especializarem cada vez mais, e aos clientes suprirem essa falha que ainda ocorre com frequência e profissionalizar a produção do conteúdo visual o quanto antes.

Artigo escrito a 13.04.11, na categoria Artigos de opinião, por Mariana Simon

Nenhum comentário:

Postar um comentário